Projeto Crescer na Cidadania – nove anos de intervenção no Agrupamento de Escolas Afonso Paiva
No âmbito da Estratégia de Educação para a Cidadania de Escola, trabalhando o domínio Interculturalidade, enquanto EAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza, Núcleo de Castelo Branco, aplicámos as ações nas turmas do 5.ºano do 2.º ciclo e 7.º ano do 3.º ciclo, abrangendo o total de 253 alunos e 11 turmas. Com a atividade “DIFERENÇAS CULTURAIS” sensibilizámos para aceitação das diferentes culturas, percebendo o que são atitudes erradas face ao racismo e discriminação.
Iniciámos a nossa ação com a Leitura do livro” Racismo e Intolerância – As crianças e o Mundo” de Louise Silsbury e Manane Kai, alertando para o facto de, por vezes, as crianças ouvirem palavras nas notícias que não entendem e que as deixam preocupadas.
De seguida, entregámos a cada grupo um conjunto de cartões, com imagens do livro, pedindo-lhes que escrevessem uma mensagem para cada imagem alusiva às temáticas abordadas. Cada grupo teve no máximo 10 minutos para concluir a mensagem. No final, apresentaram os resultados de cada equipa num local visível (quadro ou papel cenário) e fizeram um debate em plenário, com as seguintes questões de reflexão:
O que acharam desta atividade?
Já sentiste alguma vez que te descriminaram por pensares, sentires ou gostares de coisas diferentes?
Porque é importante conviver com crianças de diferentes culturas e línguas diferentes?
Foram também envolvidas todas as turmas do 1.º ciclo de todas as escolas do agrupamento, no total de 19 turmas e 433 alunos, com a ação denominada “A DIDLIDU dos Abraços – Interculturalidade entre meninas e meninos”.
Procurámos promover a cultura da Igualdade, a interculturalidade nas relações sociais na escola, família e sociedade, agindo para mudar mentalidades e práticas sociais na inclusão. Assim, fizemos a leitura do livro “A Didlidu dos Abraços” que relata a história de uma menina com dificuldade em comunicar. No entanto, refletiu na forma mais eficaz de o fazer, conjuntamente com outras crianças que viviam no campo de refugiados do médio oriente, concluindo que levar abraços a quem está numa situação muito frágil seria uma solução.
Foi também dinamizada uma ação com cartões de cores questionando “como farias para falar com um menino ou menina que não fale a tua Língua?”, procedendo-se, de seguida, à pintura da boneca Didlidu.
Em última análise, podemos concluir que a escola é um espaço carregado de diferentes formas e simbolismos culturais marcados pela diversidade dos alunos/as. Nesse sentido, torna-se necessário refletir sobre as práticas educacionais que são desenvolvidas no seu interior, de forma a trabalhar com as diferenças existentes e com as relações de identificação e diferenciação que ocorrem, não apenas em sala de aula, mas que se estendem externamente, refletindo-se diretamente nas práticas sociais desenvolvidas pelos alunos/as nas suas relações diárias.
Drª Paula Montez, EAPN