“Fujam, fujam que vêm lá os franceses”
Em 1789, iniciou-se em França, na cidade de Paris, uma revolução que pretendia acabar com o poder absoluto do rei, Luís XVI. Este movimento defendia os princípios da igualdade, fraternidade e separação de poderes.
Receosos de que as ideias revolucionárias tivessem apoiantes, alguns monarcas da Europa declararam guerra a França.
Durante este período, destacou-se Napoleão Bonaparte, um comandante do exército francês, que mais tarde se tornaria imperador de França.
A Inglaterra resistiu aos revolucionários franceses e, na tentativa de enfraquecer o comércio Inglês, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental (proibição de comércio com a Inglaterra).
Portugal não respeitou essa ordem, pois era um velho aliado de Inglaterra. Esta decisão trouxe consequências desastrosas para Portugal.
Napoleão, furioso, invadiu três vezes Portugal: em 1807, 1809 e 1810.
E foi durante a primeira invasão francesa, mais precisamente a 19 de novembro de 1807, que os revolucionários franceses passaram pela cidade de Castelo Branco com destino à capital, Lisboa. Junot optou por entrar pela Beira Baixa por achar ser esse o eixo de penetração que lhe permitia chegar mais depressa à cidade da nação. A 19 de Novembro, os exércitos franco-espanhóis entraram em Portugal pela ponte de Segura. O trajeto foi efetuado por Rosmaninhal, Zebreira, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, …
Chegados a Castelo Branco, sabe-se que vinham perdidos e famintos. Exigiram mesmo ao Bispo de Castelo Branco que lhes arranjasse ração e bebida, quer para os homens, quer para os cavalos. Aquando da restauração do Museu Francisco Tavares Júnior encontrou-se um “nevão” (orifício no solo coberto com neve) que ao que parece servia para refrescar as bebidas.
Sabe-se que os canhões das tropas francesas ficaram estacionados na Zona da Sé, onde houve escaramuças e mortes, mais precisamente na Rua de Ega. Ainda hoje é visível uma bala de canhão alojada na muralha.
Como vinham extraviados, os que já tinham chegado a Castelo Branco incendiaram a Igreja de Santa Maria da Vitória para que os outros soldados encontrassem mais facilmente a cidade.
A destruição foi total por onde passaram, pelo que o mote mais ouvido era: “Fujam, fujam que vêm lá os franceses”.
Neste contexto, o clube “Espaço para a História”/”Dias com História” deixou um testemunho visual do momento vivido, presente no vestíbulo da escola sede.
O Grupo Disciplinar de História e Geografia de Portugal
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